O que é psicologia organizacional?

 

 

        São os conhecimentos da psicologia aplicados na empresa. Mas é só ? Não, o conceito vai bem além. Antes de entendermos o que é psicologia organizacional, é importante que se tenha o conceito de trabalho. Dentro da visão Humanista, é definido como uma atividade que corresponde ao artificialismo da existência humana. A definição do Dicionário Aurélio o coloca como “atividade coordenada de caráter físico e/ou intelectual necessária para a realização de qualquer tarefa, serviço ou emprego”. O trabalho tem como finalidade suprir as necessidades humanas sejam elas financeiras, sobrevivência e/ou existências, pois o trabalho forma a identidade do indivíduo.

        Segundo Maximiliano (1992), a organização é formada pela soma de pessoas, máquinas e outros equipamentos, recursos financeiros e outros com fins a efetivação de um produto ou serviço, combinando todos os elementos orientados a um objetivo comum. A hierarquia que se forma nas organizações não é obrigatória, mas a necessidade da criação de postos de trabalho acaba sendo criada. A compreensão do contexto cultural, cultura organizacional, é extremamente importante para a atuação do psicólogo. A Psicologia Organizacional, segundo Spector ( ?), refere-se ao desenvolvimento e a aplicação de princípios científicos no ambiente de trabalho, preocupando-se em compreender o comportamento individual e aumentar o bem-estar dos funcionários no ambiente de trabalho.

        O psicólogo organizacional pode atuar em organizações de trabalho, nos processos mentais do trabalhador, seleção dos candidatos e gestão de pessoas. melhorando o trabalho e a vida dos funcionários da organização de forma a buscar proporcionar bem-estar no ambiente de trabalho. Vale salientar que não é atividade do Psicólogo organizacional ofertar atendimento clínico com os colaboradores, embora o acolhimento possa vir a ser realizado.

        A Psicologia Organizacional não se restringe a gestão de pessoas, também dá atenção a saúde do trabalhador e da organização. O psicólogo nesse contexto será majoritariamente uma ponte de comunicação entre os interesses de “patrões e empregados”. A saúde e boas condições de trabalho proporcionadas ao colaborador possibilitará melhor desempenho e maior satisfação do organismo empresarial e da sociedade.

 

História da Psicologia Organizacional

 

        Sena e Silva (2004) remonta a história da Psicologia Organizacional, de como ela se formou e quais foram seus passos antes de se tornar a Psicologia Organizacional que conhecemos hoje em dia.

        Duas revoluções mudaram o mundo, principalmente no tocante as relações de trabalho, foram elas a Revolução Industrial e a Revolução Francesa, uma para firmar o modo capitalista e a segunda por questões políticas. Nesse momento também estava começando a desestruturação do sistema feudal e assim surgindo trabalhadores independentes, que criavam seus trabalhos com suas ferramentas. Entretato foi necessário que alguém fizesse a ponte entre o trabalho e o mercado, ou seja, que alguém pudesse vender o produto no mercado. Assim o trabalhador, tido como independente, começa lentamente a sumir.

        Com o surgimento da industrialização, os trabalhadores agora começam a ser empregados, eles ainda “tinham” certo controle sobre o produto, que só surgiria dependendo do ritmo de trabalho desse trabalhador.  Entretanto com o surgimento das máquinas, essas interferências foram acabando, já que não era mais o homem que ditava o ritmo de trabalho, mas agora era a máquina.  O homem tinha agora que obedecer ao ritmo da produção maquinal.

        Antes do surgimento da Psicologia Industrial, os trabalhadores também estavam se tornando mecânicos, uma vez que as empresas detinham o conhecimento científico e o utilizava de uma forma que controlasse os trabalhadores. Eles, por sua vez, deixavam de pensar e agiam como se fossem maquinas também.

        Sena e Silva (2004) mostra que assim como muitos saberes psicológicos, a psicologia industrial se forma no período das duas grandes guerras mundiais. Ela começa a obter seu reconhecimento no ano de 1924. Neste mesmo período foram feitas pesquisas para saber as condições de trabalho e foi nesse ínterim que começou a se pensar em novas formas de se trabalhar.

        A partir dos anos 50 a denominação de Psicologia Organizacional começa tomar corpo, a junção dos saberes da sociologia e a antropologia com o da psicologia, influenciaram para o crescimento da psicologia social.

        Antigamente a Psicologia Industrial se preocupava com a seleção e recrutamento de trabalhadores e soldados e hoje em dia ela também tem esse papel na instituição, todavia, agora, se busca dar consciência ao trabalhador, que o mesmo tenha noção da sua força de trabalho e quanto ela vale. Tenta acabar com essa visão de que o trabalhador é mecânico, que vem desde a revolução industrial.

 

Referências:

SENA e SILVA, M. de F. e BRAZ DE AQUINO, C. A. (orgs). Psicologia social: desdobramentos e aplicações. São Paulo: Escrituras Editora, 2004 – Coleção Ensaios Transversais, cap 4, p. 93-113. 


Fonte: Psicologado - Artigos de Psicologia