Psicoterapia

 

 

Os vários tipos de psicoterapia, em todas as suas diferentes formas e métodos, possuem uma série de características em comum. Somente tendo em mente tais características se pode compreender o funcionamento da psicoterapia em geral e as qualidades que definem cada uma das diferentes escolas. Orlinsky e Howard procuraram descrever a interação dinâmica dos diferentes fatores que influenciam a psicoterapia, independentemente da linha específica. Primeiramente as condições da terapia são organizadas por determinadas circunstâncias sociais que determinam, por um lado, a oferta de terapeutas, as instituições que oferecem terapia, o acesso (físico e financeiro) da população (estrutura do sistema de saúde), e, por outro, a formação dos terapeutas e a aceitação de terapia por parte da população (fatores socioculturais). Sobre esse pano de fundo, filtrado pela presença de outras partes interessadas (pais, família, supervisores etc.), se desenrola então o processo terapêutico: entre o terapeuta e o paciente (em determinadas escolas chamado cliente), cada um dos quais possuindo determinadas características profissionais e de personalidade, se fecha um contrato terapêutico, que define as regras do trabalho terapêutico para ambas as partes. Dois elementos, a técnica terapêutica e o relacionamento terapêutico, representam a base de trabalho e são ambas influenciadas por atributos tanto do terapeuta como do paciente. O trabalho técnico do terapeuta, por outro lado, só poderá dar frutos se o paciente mostrar abertura a esse trabalho. Os efeitos da terapia se apresentam em diferentes níveis, tanto em relação aos padrões de funcionamento do indivíduo quanto em relação a seus relacionamentos interpessoais.

Psicoterapia Psicanalítica

 

Estimulado pelas demonstrações de Jean Martin Charcot, Sigmund Freud empregou a hipnose para "desenterrar" a associação livre, mediante a qual os pacientes se aprofundavam no conhecimento do inconsciente, atitude que ele considerava curativa. Alguns dos discípulos mais destacados de Freud fundaram posteriormente escolas próprias. O mais influente foi Karl Gustav Jung, cujos princípios se baseavam em tentar ajudar os pacientes a reconhecer suas próprias forças internas para conseguir o crescimento e a realização pessoal, superando, assim, os conflitos. Outro dos discípulos de Freud foi Alfred Adler, que afirmava que os distúrbios psicológicos provêm de um modo de vida defeituoso, que supõe a adoção de opiniões e metas equivocadas pela falta de interesse social.

 

Psicoterapia Humanística

 

A mais clássica das terapias humanistas é a psicoterapia centrada no paciente. Carl Rogers via o indivíduo dirigido por uma tendência inata de sobrevivência e reafirmação que o levaria ao crescimento pessoal, à maturidade e ao enriquecimento vital. Outro enfoque humanista, a terapia de Gestalt, foi desenvolvida pelo alemão Fritz Perls. Ele afirmava que a civilização moderna conduz à neurose, já que a força dos indivíduos para reprimir seus desejos naturais frustra sua tendência inata para adaptar-se biológica e psicologicamente ao ambiente.

 

Terapia de Comportamento

 

Esta terapia aplica os métodos próprios da psicologia experimental aos problemas do paciente. Os terapeutas do comportamento não buscam significados ocultos, mas sim, centralizam-se nos fenômenos observáveis e mesuráveis. Recentemente, começaram a prestar mais atenção à influência do pensamento no comportamento e suas terapias; hoje, tem um enfoque mais cognitivo.

 

Terapia de Grupo

 

A psicoterapia de grupo é mais barata que a individual e oferece outra vantagens. A interação entre os membros do grupo é considerada como a principal fonte de melhora e o trabalho do terapeuta consiste em controlar e facilitar esta interação. Um tipo especial de tratamento de grupo é a terapia familiar, onde se tenta estabelecer uma relação de entendimento entre seus componentes, logrando, assim, o bem-estar de cada um deles.

 

Novos enfoques

 

Desde o final da década de 1960, desenvolveu-se um grande número de métodos terapêuticos novos, alguns deles muito controvertidos como a "terapia fundamental" do psicólogo americano Arthur Janov e a "análise transacional", baseada nos trabalhos de Eric Berne. Outra tendência mais recente é o uso de métodos exatos para superar períodos de crise. Existem dois tipos principais de terapia exata: a primeira dirigida a eliminar a ansiedade e a segunda para romper as defesas habituais do paciente e provocar mudanças.